quinta-feira, 28 de julho de 2016

O Primeiro dos Sete

Levitando, com as pernas cruzadas, estava Sólon, o Primeiro dos Sete, o malakim que detinha o comando dos anjos da morte. Vestia uma túnica alva e comprida; o corpo era magro e os traços finos. Calvo, sem sobrancelhas ou cílios, exibia uma testa grande, ornada por uma pedra pequena, chata e alaranjada, feito uma escama presa ao sobrolho. Tinha pele amarelada, como a dos povos orientais, os olhos chispavam, e das asas nasciam penas reluzentes. Um cinto de prata apertava-lhe o quadril.
Sólon era uma figura imponente, apesar da aparência franzina. A razão da prepotência apoiava-se no fato de que aquela era a sua dimensão particular, onde ele fazia as regras e se tornava praticamente invencível. Era o primeiro de um coro de sete malakins que se reportavam diretamente ao arcanjo Miguel, sendo, portanto, respeitados e temidos pelos outros celestes. Não bastasse, guardavam a fama de ser indestrutíveis, amorais e inescrupulosos.

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