Os dias que se seguiram a enchente foram tensos na maior parte das sete camadas celestes. Apesar da ferocidade da ação e do empenho com que fora executada, não tardou a ficar claro que o plano inicial de exterminar a raça humana havia enfim fracassado.
O desgosto dos primogênitos se refletiu no comportamento das legiões, que se tornaram cada vez mais sanguinárias. Os ishins foram desacreditados, relegados ao Primeiro Céu e ao comando direto do Arcanjo Gabriel. A partir de então, a casta dos querubins assumiu a vanguarda, descendo a Haled em ofensivas contínuas, atacando os focos humanos em operações cirúrgicas, mais eficientes e precisas que as hecatombes pregressas.
Nos séculos vindouros, essas campanhas se tornaram frequentes, e aos poucos pareciam estar surtindo eventuais resultados. Miguel e Lúcifer estavam alinhados nesse ponto, mas Rafael continuava a ser um problema. Sua insistência em não retornar ao Palácio Celestial era vista como uma atitude de protesto, um indesejável exemplo a ser seguido por todos que não pactuassem com as resoluções do conselho.
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