A cidade portuária da Palestina era Cesaréia. A joia do Mediterrâneo, como era chamada, fora construída por Herodes, o Grande, rei da Judéia, em homenagem ao imperador Cesar Augusto, e rapidamente se tornou o maior centro romano da região. O porto de Cesaréia era provavelmente a obra de engenharia mais magnífica de Israel, com suas muralhas que avançavam mar adentro, formando uma piscina natural e segura para os navios atracarem. O portão marítimo por onde entravam os barcos era ladeado por grandes estátuas de mármore, e mais adiante avistava-se a torre do farol, muito menor e mais modesta que a de Alexandria.
O vale do Cédron formava uma falda profunda, como um leito seco de um rio, e alem dele: Jerusalém.
Altos muros cercavam a cidade, que então se dividia em quatro partes: a cidade baixa, a cidade alta, os subúrbios e a área do Templo, cuja principal construção era o Templo de Herodes, sede do conselho de sacerdotes e ponto fundamental da fé judaica. Para lá convergiam as preces de todos os israelitas do mundo, santuário que, em outros tempos, abrigara a maior relíquia do seu povo: A Arca da Aliança. O templo era um edifício alto, imponente, de umbrais adornados por placas de ouro e prata. Ficara ao centro de uma série de pátios, circundados por um muro de treze metros de altura.
A Casa de Deus, assim referida pelos fieis em seu tempo, estava sob o controle do sumo sacerdote, que também era o oficial que presidia o Sinédrio, um concílio de figuras ilustres, de especial destaque na cidade.
Uma língua de fumaça subia do pátio interno, onde uma pira ritualística queimava objetos de oferenda. Ao norte, as torres da Fortaleza Antônia -- residência do procurador romano -- apontavam para o céu, e a oste, encostado as muralhas da cidade alta, destacava-se o Palácio de Herodes, então habitado por seu filho, Herodes Antipas.
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