De pé a entrada do templo, o príncipe Miguel sempre contempla a imensidão sideral. Dali eram visíveis todas as constelações do universo, os buracos negros e as supernovas, os cinturões de asteroides, os cometas em rotação, os aglomerados e meteoros.
Sua armadura era prateada como os raios da lua, forjada com detalhes em ouro, os desenhos complexos, espelhados. O elmo de queixada pontuda ostentava uma crista vermelha, revelando os negros cabelos compridos, cortados por uma mecha branca acima da testa. O rosto era duro, característico de um campeão, marcado por cicatrizes, a barba rala, e a cintura ele portava a Chama da Morte, sua famosa espada de fogo, embainhada, quieta, respeitando as instruções de seu amo.
À sua frente, nos degraus mais abaixo, meio oculto entre as gélidas brumas da noite, quem o encarava era um visitante improvável, outrora seu maior aliado, agora seu pior inimigo: Gabriel, o Mestre do Fogo, o marechal das tropas rebeldes, que dois mil anos antes deserdara seu irmão. Sua couraça era completa, dourada, com as placas encaixadas sob as obreiras, os adornos metálicos suportando a capa macia, aberta no centro para não comprimir suas asas. O corpo era magro, porém musculoso, os cabelos longos, soltos, cor de mel, e a expressão sempre calma. Trazia também consigo o seu sabre, a Flagelo de Fogo, poderoso o bastante para rasgar as galáxias, temido por deuses, feras e monstros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário