domingo, 9 de outubro de 2016

O País dos Arianos

Dos muitos povos que habitaram a terra no período anterior ao dilúvio, talvez os mais notáveis tenham sido os arianos. De natureza ordeira e pacífica, interessados tanto pela religião quanto pela ciência e adeptos da doutrina do carma, suas obras, ensaios e pensamentos foram gravados em pedra, tendo resistido as catástrofes que destruíram, mais tarde, os todo-poderosos reinos de Enoque e Atlântida.
O país dos arianos era chamado de Arya e na época compreendia o atual território da Índia, a região de Bengala, a cordilheira dos Himalaias e o oeste da China, considerando que grande parte do norte chinês era então cortado pelo mar de Tétis, que separava o resto da Ásia.
Arya não constituía um império coeso. Era formada, na verdade, por uma série de províncias e pequenos estados unidos por semelhanças étnicas. Os arianos era homens comuns, mas muitos de seus antepassados tinham se miscigenado com os atlantes, enquanto outros buscaram seus pares entre os vizinhos da Lemúria, famosos por suas habilidades mentais.
O resultado dessa combinação racial era uma sociedade muito rica culturalmente, receptiva aos estrangeiros e adversa a violência, o que a conservava praticamente incólume as guerras que devastavam o planeta.
Arya contava com dois portos principais: Kosala, no lado ocidental, virado para Shadair. E Samudra, na face oriental, mais ou menos onde hoje se encontra a cidade de Calcutá, então colada ao oceano.
As montanhas Tay-Pin delimitavam a fronteira de Arya com o Extremo Oriente e eram uma das mais estonteantes belezas naturais que o mundo antigo já vira. Circulada pelo rio Lon, protegida por encostas íngremes e precipícios inacessíveis, a cadeia rochosa escondia no topo um altiplano florido, com inúmeros cursos d’água, cataratas e poços cristalinos. O solo era fértil, os verões amenos e os invernos agradáveis, com colheitas muito fartas e caça abundante.
No coração desse santuário, quase seiscentas famílias viviam isoladas, tirando o sustento da terra e praticando a religião diariamente. O nome do “deus” a quem eles prestavam louvores era Muzhda, o segundo dos Três Pilares, o Colosso de Ferro, como era conhecido no leste.

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