domingo, 9 de outubro de 2016

Nos Portões de Valhala

Asgard

O universo como o conhecemos foi criado por Deus no segundo dia, resultado de uma grande explosão batizada pelos alados de fulgiston. O espaço então se expandiu em movimentos de onda, como uma toalha empurrada sobre a mesa, produzindo dobraduras ou ‘vincos’ na matéria cósmica.
Sempre que ocorria uma distorção, quando a “onda’’ era forte demais, a crista se fechava no topo, gerando algo semelhante a um "bolsão", e foi assim que surgiram as dimensões paralelas, esferas magneticamente lacradas, algumas muito extensas, com numerosas camadas e níveis, outras minúsculas, desertas e frias.
Quase a totalidade das dimensões paralelas conta com algum meio de entrada e saída, um “furo’’ que as liga ao universo comum. No caso de Asgard, a conexão era feita através de Bifrost, a Ponte do Arco-Íris, um vórtice que se abria a terra, por onde, no passado, os deuses desciam para inspirar os soldados, escutar suas preces e buscar a alma dos guerreiros mortos.
Desde os tempos antigos, o reino de Asgard fora escolhido como refúgio pelos espíritos nórdicos, sendo primeiro descoberto por Odin, o Pai de Todos, então líder do panteão, e depois invadido por elfos, anões e gigantes. Se realmente fosse possível sistematiza-los, os nove reinos poderiam ser descritos como gigantescas ilhas de rocha e minério. Essas ilhas, que abrigam florestas, cidades e lagos, flutuam sobre uma grossa camada de nuvens, e o que existe abaixo delas é o Ginnungagap, ou seja, abismo primordial, uma anomalia no espaço e no tempo talvez comparável ao que os cientistas terrestres chamariam de “buraco negro”.
Sob as ilhas flutuantes nascem enormes raízes, como os troncos de 
um imenso carvalho, e são essas raízes, nomeadas de Yggdrasil, que mantêm os nove reinos unidos, impedindo que se afastem. Os galhos servem, ainda, de pontes para quem deseja passar de um domínio a outro, sendo em alguns trechos seguros, e em outros perigosíssimos.
Quem porventura cair de uma das ilhas, ou escorregar em direção ao vazio, pode ter a sorte de ficar preso nos ramos inferiores da Yggdrasil, ou o azar de despencar para as infinitas trevas do Ginnungagap, de onde ninguém mais retornou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário