quarta-feira, 15 de junho de 2016

Mosteiro de Santa Catarina

Após cruzar o Negev chega ao portal de Acaba, perto de Eliat, e de lá ingressa finalmente no Egito, então seguindo pela Rodovia 66 chega ao Mosteiro de Santa Catarina, no sopé do Monte Sinai. Mais ao norte fica a Montanha de Horeb, e em seu topo a caverna para o etéreo.
Adiante ingressamos num mundo exótico, de estonteante beleza e macabras surpresas. À frente nascia uma colossal cordilheira de granito vermelho, com um amplo vale cortando seu ventre. No meio, erguia-se o mosteiro, um gigantesco complexo de capelas, basílicas e torres, cercados por altos muros de pedra, que, no entanto, parecia uma construção de brinquedo, uma peça menor perante a imensidão das montanhas.
A membrana ("cortina invisível" que separa o mundo físico do espiritual), naquele rincão isolado, quase não existia, o que fazia do sítio um santuário natural, preservado e mantido desde a criação do planeta.
O Mosteiro de Santa Catarina, encravado como uma joia no imo da península do Sinai, é um dos primeiros monastérios do mundo, fundado em 527 pelo imperador Justiniano. Desde então, tornou-se um remoto posto avançado da ortodoxia bizantina, e continua até hoje a receber milhares de peregrinos por ano, curiosos por conhecer o local onde Moisés teria recebido os Mandamentos de Deus. Em seu prédios, monges e eruditos trabalham para conservar o lugar e estudam centenas de manuscritos sagrados, guardados em seus preciosos acervos, só comparáveis a Biblioteca do Vaticano.
Cercado por imponentes muralhas, o mosteiro recebeu posteriormente o nome da Santa Catarina, por seu corpo ter sido encontrado ali, no século IX, por sacerdotes gregos.
Algumas partes do complexo são originais, mas outras foram destruídas por um terremoto na Idade Média, e refeitas depois. O portão de acesso é pequeno, e figura quase escondido através dos jardins e pomares que antecedem os muros, onde se situa também o cemitério monástico. Dentro da cidadela há muitos edifícios célebres por sua história e beleza.
A basílica central data da época da construção (527) e conta com três naves laterais em típico estilo bizantino. Uma porta de madeira entalhada leva ao acervo dos ícones, únicos exemplares das pinturas orientais romanas que sobreviveram  ao período iconoclasta, quando milhares de imagens foram quebradas. Há também a capela da Sarça Ardente, a biblioteca, uma hospedaria, o campanário com nove sinos, doados em 1871 pelo czar Alexandre II da Rússia, e o sagrado poço de Moisés, principal fonte de água do mosteiro, que marca o ponto onde o profeta teria encontrado sua futura esposa. Existe, ainda, uma mesquita ao lado do solar do depósito, levantada pelos beduínos que ali trabalhavam no século XII.
A montanha de Horeb, é um dos pontos extremos do Egito, fica ao sul do monte Sinai, e talvez por isso os dois picos tenham sido relacionados nas lendas como um mesmo lugar, e tornado como unos pelos estudiosos hebreus. O terreno, nessa parte do deserto, é árido, pedregoso e irregular, com incríveis morros de granito, completando assim uma longa cordilheira de rocha vermelha, cujo cume mais elevado é o monte Katharina, com 2.637 metros de altura.

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