domingo, 5 de junho de 2016

Lilith, A Rainha das Succubus

Sobre as planícies cinzentas do Sheol voa um animal com grunhido agudo, um animal de asas largas e compridas, como a dos pteranodontes, um dos répteis alados da era jurássica. O corpo era como lava esfriada, negro, com veios flamejantes delimitando seções na casca. No lombo sustentava uma mulher-demônio, de longos cabelos ruivos e olhos azuis. A silhueta era perfeita, e a expressão, sedutora. O cheiro que exalava era como das fêmeas no cio, que incitam os machos a fornicação. Guiava a montaria com apenas uma das mãos, e com a outra carregava um tridente afiado. Não usava roupa alguma, e a cauda pontuda era a única coisa que a distinguia como um ser infernal.
As succubus são mulheres-demônio que tentam os homens por meio da atração sexual e dos prazeres carnais. Habitam especialmente os domínios de Asmodeus, o mais pervertido duques do inferno. Lúcifer também as usava para satisfazer seus caprichos, e dentre elas, Lilith era sua principal cortesã.
Lilith não é nem anjo caído e nem espírito mortal, porque nunca morreu realmente. É um entidade única, foi a primeira esposa de Adão, mas se recusou a se submeter as suas vontades. Por isso ele a expulsou da sua casa, e ela passou a vagar pelo mundo, até conhecer o Arcanjo Lúcifer, por quem ela se apaixonou. Entregou-se ao celeste, em troca ele concedeu a vida e a fertilidade eterna. Durante incontáveis séculos, foi seus olhos e ouvidos na Haled, e então, depois da queda dos anjos rebeldes, o Filho do Alvorecer a trouxe ao seu reino e a fez uma líder de casta.
Quando perguntada sobre o amor ela diz: "o amor é uma tolice. Ele nos torna fracos, vulneráveis. O amor é uma ilusão passageira, fadada a terminar um dia. Só os imbecis se rendem a tais sentimentos. O amor por si é o único amor verdadeiro, porque no fundo todos nós, homens, anjos ou demônios, somos egoístas ao extremo. Quando amamo alguém, é porque assim nos sentimos felizes, e não o contrário".
Os infernais a temiam e estavam sempre bajulando-a, calculando as palavras. Ela diz mais: "a busca pelo prazer individual é o verdadeiro sentido da vida". Alguns encontram  volúpia no sexo, outros no poder, outros na guerra. No fim das contas, é só isso que importa: encontrar o prazer e a felicidade, seja como for. As consequências são secundárias.

O amor essencial reconhece o respeito,
não só por si mesmo, mas por todos 
aqueles que estão envolvidos. Por
isso a consequência de nossos
atos devem ser medidas.
(Ablon).

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