Comecemos pelo período arcaico, que se inicia com a primeira unificação do país sob o faraó lendário Menés. O aglomerado de nomos, que ainda não é bem um país, reúne-se sob o comando de Menés e começa a tradição faraônica, que estabelece sua capital na cidade de Tinis (também grafada como Tis). Ninguém sabe ao certo, onde ela se localizava, mas há uma tendência a identificá-la na atual cidade de Girga, na margem oeste do Nilo.
O processo de unificação iniciado por Menés foi levado adiante por 18 reis e duas dinastias diferentes, que governaram o país durante 400 anos. Os pesquisadores ainda debatem muito sobre esse período. Para alguns, foi Menés quem transferiu mais tarde a capital para Mênfis (atual cidade do Cairo), enquanto outros insistem em dizer que essa mudança ocorreu séculos depois.
Seja com for, durante esse período o país cresceu muito, anexou novas terras e enviou expedições comerciais para Núbia (atual Sudão), Líbano e Sinai. Aqui também surgiu o papiro e começou o hábito de registrar as transações comerciais, o que contribuiu para que o governo ficasse ainda mais forte e centralizado. Alguns papiros médicos desse período sobreviveram e as construções de pedra começaram a ser enterrados em mastabas, um túmulo que possuía a forma de um tronco de pirâmide, com paredes inclinadas em direção a um topo plano de menores dimensões que a base. É depois desse período que apareceriam as conhecidas pirâmides.
No fim da Segunda Dinastia, dois reis brigaram pelo trono e provocaram uma divisão do reino. Surgiu em seguida o Antigo Império, em que o governo havia evoluído para o formato da teocracia e o faraó passou a reinar absoluto. O Egito era rico e desenvolvido. O país foi dividido oficialmente em nomos e cada chefe que os governava era ligado ao faraó por laço de sangue. Foram enviadas expedições em busca de ouro, cobre e turquesa, o que resultou na anexação de mais territórios.
Uma das primeiras pirâmides e também uma das mais conhecidas fora da região de Gizé é a Pirâmide de Degraus, construída em Saqqara pelo faraó da Terceira Dinastia Djoser (também grafado de Zhoser). Na Dinastia seguinte, foram construídas as Pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos, que coincidiu com o período de introdução do culto ao deus-sol Rá. Essa foi a fase áurea da construção daquele tipo de monumento.
Na Quinta Dinastia, as pirâmides já tinham um tamanho menor. Na Sexta Dinastia, os avanços na Arquitetura, Escultura, Pintura, Navegação, Medicina e Astronomia apareceram com força total. Foi neste período que apareceu o calendário de 365 dias.
Quando surgiu a Sétima Dinastia, começou também o chamado Primeiro Período Intermediário, em que houve um enfraquecimento do poder faraônico. O último faraó daquela Dinastia, Pepi II, governou por 94 anos e sua idade avançada enfraqueceu seu comando. Pouco depois, o país passaria por uma seca terrível e a fome assolaria tudo e todos. E o deus encarnado nada podia fazer a respeito.
Esse período foi a Sétima até a Décima Dinastia. Nesta última, o poder central estava praticamente desaparecido. Os nomarcas faziam o que podiam para aplacar a fome do povo. Os reis que estavam em Mênfis se chamavam faraós, mas não eram reconhecidos fora de sua cidade. Foi quando surgiu uma nova divisão entre Alto e Baixo Egito. Uma família unificou o Baixo Egito, a partir de Heracleópolis enquanto outra governava o Alto Egito, a partir de Tebas.
Quando a Décima Primeira Dinastia foi fundada pelo faraó Mentuhotep, a querela teve fim, com a vitória para os que governavam a partir de Tebas. Foi ele quem reunificou o país e deixou Tebas como capital. Começava assim o Médio Império, que iria da Décima Primeira a Décima Quarta Dinastia.
Aqui também começou o culto a uma nova entidade. Amon era o deus principal de Tebas, a entidade da criação. Terminou por ser fundido com Rá e originou a entidade conhecida como Amon-Rá.
O faraó passou novamente a ter o poder reconhecido mas sem o poder absoluto do passado. A força dos monarcas foi mantida e alguns chegaram mesmo a ter seus próprios exércitos. Porém, o comando político continuava nas mãos do faraó.
Na Décima Primeira Dinastia, o Egito reatou suas relações comerciais com outros países e voltou a explorar riquezas no Sinai e na Núbia. Os cofres do Estado estavam novamente cheios e a Arte e a Arquitetura passaram por um novo período de crescimento. Chegamos agora ao Segundo Período Intermediário, iniciado, de acordo com alguns egiptólogos, pela Décima Quinta Dinastia, quando os hicsos se estabeleceram como governantes do Baixo Egito para depois dominarem também o Alto Egito. Nas duas dinastias anteriores, os faraós governaram a partir de duas localizações diferentes, Mênfis e Avaris, esta última uma das cidades erguidas com o trabalho escravo dos hebreus. Os governos eram curtos e tumultuados, o que provocou uma nova divisão do reino.
Depois houve um aumento de imigração de pessoas que vinham da Ásia e da Palestina. Os hicsos (que significa governantes estrangeiros em egípcio) logo subiram na estrutura social e tomaram o poder. Eles foram os responsáveis pela introdução de objetos como o carro de guerra puxados por bois e a utilização de cobre na confecção de armas. Apresentaram também o tear vertical, os instrumentos musicais e novos alimentos como a azeitona e a romã.
De início, os dois governos se davam bem até que um representante do Alto Egito chamado Sekkenenre Tao foi insultado pelo governo hicso e começou uma nova guerra entre as duas metades do Egito. Somente quando foram expulsos é que o país estava pronto para o Novo Império.
Amósis, que expulsou os invasores, foi o fundador da Décima Oitava Dinastia e do Novo Império, que durou até a Vigésima Dinastia. Com os militares apoiando-o, o herói de guerra tirou o poder dos monarcas e tornou o Egito uma potência imperialista. Foi neste período que governaram alguns dos nomes mais conhecidos da história egípcia, como a rainha Hatshepsut, Tutancâmon e Ramsés II.
Depois de Amósis veio Amenófis I, que estendeu os limites do império até a Núbia e a Palestina; Titmés I, que reforçou a crença em Amon, continuou a expansão territorial e foi o primeiro faraó a construir seu túmulo no famoso Vale dos Reis, o mais importante sítio arqueológico daquele país, visto que muito do que sabemos hoje sobre a história daquele período veio das escavações das várias tumbas lá encontradas.
Durante a Décima Nona e a Vigésima Dinastias, os faraós continuaram a realizar expedições militares, anexar novos territórios e a trazer mais escravos, entre eles os hebreus. A cultura também se desenvolvia a todo vapor, com a utilização de novos materiais e a construção de colossais estátuas em homenagem aos faraós.
Depois da morte de Ramsés XI, último faraó da Vigésima Dinastia, o Egito voltou a se dividir em dois reinos e daí para frente passou por período de unificação e divisão com poucos momentos de crescimento entre a Vigésima e Trigésima Dinastias. Foi um período marcado pela decadência, quando territórios foram perdidos, houve invasões, guerras civis e o governo caiu nas mãos de diversos povos, entre eles cushitas, líbios, assírios, etíopes, babilônios e persas. Somente quando Alexandre, o Grande, conquistou o país é que houve um período de estabilidade. Algum tempo depois surgiu a Dinastia Ptolomaica, que seria a última dinastia faraônica.
Alexandre ordenou a construção da cidade de Alexandria, que reunia a maior coleção de manuscritos do mundo e possuía um farol que foi uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Quando os ptolomeus tomaram o poder, após a morte de Alexandre, trouxeram um período de estabilidade, mas logo começaram a se embebedar pelo poder e se tornaram egocêntricos e arrogantes. Essa situação estendeu-se até a morte de Cleópatra. E desde então o Egito perdeu seu elo com o passado glorioso e entrou numa nova fase, em que predominavam mesmo as novas religiões como o cristianismo copta e mais tarde o islamismo.
E assim terminamos nossa viagem pela história dos faraós.
Depois houve um aumento de imigração de pessoas que vinham da Ásia e da Palestina. Os hicsos (que significa governantes estrangeiros em egípcio) logo subiram na estrutura social e tomaram o poder. Eles foram os responsáveis pela introdução de objetos como o carro de guerra puxados por bois e a utilização de cobre na confecção de armas. Apresentaram também o tear vertical, os instrumentos musicais e novos alimentos como a azeitona e a romã.
De início, os dois governos se davam bem até que um representante do Alto Egito chamado Sekkenenre Tao foi insultado pelo governo hicso e começou uma nova guerra entre as duas metades do Egito. Somente quando foram expulsos é que o país estava pronto para o Novo Império.
Amósis, que expulsou os invasores, foi o fundador da Décima Oitava Dinastia e do Novo Império, que durou até a Vigésima Dinastia. Com os militares apoiando-o, o herói de guerra tirou o poder dos monarcas e tornou o Egito uma potência imperialista. Foi neste período que governaram alguns dos nomes mais conhecidos da história egípcia, como a rainha Hatshepsut, Tutancâmon e Ramsés II.
Depois de Amósis veio Amenófis I, que estendeu os limites do império até a Núbia e a Palestina; Titmés I, que reforçou a crença em Amon, continuou a expansão territorial e foi o primeiro faraó a construir seu túmulo no famoso Vale dos Reis, o mais importante sítio arqueológico daquele país, visto que muito do que sabemos hoje sobre a história daquele período veio das escavações das várias tumbas lá encontradas.
Durante a Décima Nona e a Vigésima Dinastias, os faraós continuaram a realizar expedições militares, anexar novos territórios e a trazer mais escravos, entre eles os hebreus. A cultura também se desenvolvia a todo vapor, com a utilização de novos materiais e a construção de colossais estátuas em homenagem aos faraós.
Depois da morte de Ramsés XI, último faraó da Vigésima Dinastia, o Egito voltou a se dividir em dois reinos e daí para frente passou por período de unificação e divisão com poucos momentos de crescimento entre a Vigésima e Trigésima Dinastias. Foi um período marcado pela decadência, quando territórios foram perdidos, houve invasões, guerras civis e o governo caiu nas mãos de diversos povos, entre eles cushitas, líbios, assírios, etíopes, babilônios e persas. Somente quando Alexandre, o Grande, conquistou o país é que houve um período de estabilidade. Algum tempo depois surgiu a Dinastia Ptolomaica, que seria a última dinastia faraônica.
Alexandre ordenou a construção da cidade de Alexandria, que reunia a maior coleção de manuscritos do mundo e possuía um farol que foi uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Quando os ptolomeus tomaram o poder, após a morte de Alexandre, trouxeram um período de estabilidade, mas logo começaram a se embebedar pelo poder e se tornaram egocêntricos e arrogantes. Essa situação estendeu-se até a morte de Cleópatra. E desde então o Egito perdeu seu elo com o passado glorioso e entrou numa nova fase, em que predominavam mesmo as novas religiões como o cristianismo copta e mais tarde o islamismo.
E assim terminamos nossa viagem pela história dos faraós.